Expressar-se por meio da arte, seja qual for o suporte selecionado, faz com que se criem pontos de contato com o que se sente, deseja e sonha. Produzir arte a partir de algo dolorido é um processo bonito, uma vez que deixamos de ser passivos à dor e começamos a dialogar com ela, entender e ressignificar nossas vidas. 

Todos vivemos a tristeza, o desamparo e os desafios. As histórias compartilhadas são, muitas vezes, carregadas de dor e sofrimento. No entanto, é importante construir algo com todos esses conteúdos, e cada um deve estar em contato com sua potência, com a capacidade de criar e de estar atuante e criativo no mundo.

A matéria está ali e pode ser transformada. Isto é, o sujeito, junto à sua intuição, escolhe aquilo que o organismo quer e precisa viver, seja por meio de símbolos, escultura, pintura, desenho ou quaisquer outras possibilidades de expressão que se tornem um canal de acesso ao seu potencial criativo e ao inconsciente.

Diante da expressão da dor por meio da arte, passamos a ter novos elementos de referência dos nossos próprios processos evolutivos. Nesse método de trabalho, as produções artísticas dos pacientes são, muitas vezes, afixadas na parede do consultório em uma exposição permanente que vai ganhando movimento e interferência com o passar das sessões.