GuriGuru

Guri Guru, 2018–2025

Conjunto de 30 vestimentas em lycra, dimensões variáveis

Vista parcial do projeto Arte Aproxima, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 2018

Guri Guru, 2024
Impressão sobre papel fotográfico
Dimensões variáveis

 

Guri Guru parte do pressuposto que o corpo se adapta, no curso do tempo, ao ambiente em que está inserido. Sendo um dispositivo móvel, acolhido por corpos anônimos em museus, espaços públicos e ambientes corporativos, a experiência “plurissensorial” – termo emprestado pela artista das proposições que Hélio Oiticica inaugurou na década de 1960 – tende a interagir com o ambiente em que Guri Guru é instalado. Sua essência nômade e adaptável desafia fronteiras, fazendo com que o ato de vestir o tecido-invólucro instaure cumplicidade entre o grupo de participantes encobertos. Os corpos ativam de dentro para fora um convite a reduzir a influência de molduras que enquadram o ambiente externo e definem identidades, projeções e desejos. Assim, a orientação do corpo e da mente deixa de ser exclusivamente guiada pelo ambiente, surgindo de sensações, vivências e memórias longínquas. De fato, enquanto Guri, palavra de origem guarani, remete à criança que carregamos, quem frequentemente aparece e se recolhe, Guru, palavra sânscrita, invoca sabedoria, intuição e a capacidade de perceber enigmas, dilemas e experiências existentes em campos sensíveis e metafísicos. Neste contexto, Guri Guru é criado pela sonoridade das palavras que evoca brincadeira e sabedoria. Para além da experiência jocosa e libertadora, a proposição cria um estado de suspensão de nossas identidades que correspondem e se moldam ao ambiente externo.