Campo Sagrado é uma obra site-specific que foi montada no contexto da exposição “Arte Aproxima” (2018) que a artista realizou no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro e posteriormente no Red Threat Studio (2025), em Miami.
A instalação deriva de um desenho traçado em seu consultório durante a condução de uma sessão de terapia familiar. Ela constitui um processo imersivo, onde os visitantes percorrem um caminho espiralado de tecidos translúcidos que acolhe as pessoas em sua transparência sutil, enquanto luzes amarelas, laranjas e vermelhas atravessam os planos. No chão, colchas são espalhadas em forma de círculo, convidando ao silenciamento de impulsos e ao contato com o sagrado que é inerente à vida, em sintonia com uma instalação sonora que evoca à meditação. A instalação funciona como um rito de passagem, no qual corpo e espaço se confundem e geram experiências que transcendem o tempo presente.
Ao propor a dilatação do tempo, a artista sugere o desacelerar como um gesto de entrega, considerando o percurso interior que promove encontros consigo durante a escuta do ritmo interno e da percepção aguçada que ocorre no espaço da instalação.